Herança do Silêncio propõe-se como uma homenagem às mulheres assassinadas e vitimas de violência doméstica, em Portugal.
Carlos, de 47 anos é actor. Vive com a filha, Luísa, estudante universitária, de 23, prestes a partir para Moçambique onde fará voluntariado. Ao andar superior do prédio onde habitam, na cidade de Lisboa, chega um casal conflituoso. A mulher, Leonor, psicóloga na universidade, apesar de maltratada, aguenta em silêncio. A situação revolta Luísa, mas o pai, ex-vitima de violência doméstica, impede-lhe a acção. A rapariga não entende a resignação da vizinha e indigna-se também com a amiga Ana, de 22 anos, sua colega na faculdade, que vive uma relação instável com Simão, um surfista de 25. Os ciúmes dele levaram a que Ana se anulasse de tal maneira, que a amiga mal a reconhece. E por isso Luísa não se vê a namorar.
Ana começa consultas com Leonor: os frequentes estados de pânico que a apoquentam revelam sintomas de depressão. Em nova crise de ciúmes, Simão acaba a relação. Ela sente-se perdida, com medo de morrer. Pede ajuda à amiga. Conta com o apoio de Carlos e do seu companheiro, um psiquiatra que vivera uma relação homossexual dominadora. Simão pretende reatar, mas é tarde demais. Luísa toma conhecimento de que a amiga recorrera a Leonor e conta-lhe o martírio em que a vizinha vive. Na consulta Ana resolve confrontar a psicóloga. Leonor confessa a sua fraqueza. Entretanto, Luísa terá iniciado uma relação sob anonimato. Mentindo ao pai, ela diz que vai passar o fim de semana fora com Ana. Simão espera-a no seu carro e os dois, apaixonados, partem para uma viagem romântica.
Vitima de nova cena de violência, Leonor foge de casa pedindo auxílio. Carlos acolhe-a. Ela telefona à policia, pedindo-lhe para ser sua testemunha.