Um filme sobre as dores da guerra colonial, dos filhos que partiram e não voltaram. Foram mães. São mães. Sofrem de dores antigas. As dores da guerra colonial, dos filhos que partiram e não voltaram. Ou voltaram com a guerra dentro deles, que nem Abril tirou. São mulheres. Ficaram para trás. Por vezes, esquecidas nas parangonas da História, sozinhas, a arrancar à terra um quotidiano desvalido. Mas também estiveram na frente de batalha, contra a sua vontade. Mulheres que guardam as histórias da guerra que sangrou um País e os seus jovens soldados, que eram filhos, que podiam ter sido maridos, pais, se o futuro esperasse por eles.
Mulheres, mães, que hoje olham para os retratos do País que lhes roubou o presente e uma parte do seu destino em liberdade. São de Trás-os-Montes, do Minho, do Douro, das Beiras, mas podiam ser de todos os nacos de terra deste território, onde a memória não pereceu e os queixumes de um tempo que não passa ainda se ouvem, vivos de choro, doridos de memória. E saudade.
[Fonte: Visão 24-04-2018]
Mulheres, mães, que hoje olham para os retratos do País que lhes roubou o presente e uma parte do seu destino em liberdade. São de Trás-os-Montes, do Minho, do Douro, das Beiras, mas podiam ser de todos os nacos de terra deste território, onde a memória não pereceu e os queixumes de um tempo que não passa ainda se ouvem, vivos de choro, doridos de memória. E saudade.
[Fonte: Visão 24-04-2018]