"No jardim da casa do mar. Ela espera. Avança e logo pára. Ela não pára nunca.
Ela embate contra os muros metálicos do jardim.
Ela quer ficar só até que o tempo passe. Ela recua até o princípio do caminho e depois recomeça.
Avança na direcção da casa. Ele escuta.
Ela deixa-se estar na escuta dos passos sobre o mar.
Ela não olha as duas mulheres que se tocam. Ele inventa.
As mulheres olham-na, esperam. Elas vêem os jogos que ela se faz inventar para não parar nunca.
Ela foge e depois pára. Ela deixa-se ver.
O cheiro da chuva mistura-se com o cheiro do mar. Ela recomeça."
[Olga Roriz - Março 1990]
Ela embate contra os muros metálicos do jardim.
Ela quer ficar só até que o tempo passe. Ela recua até o princípio do caminho e depois recomeça.
Avança na direcção da casa. Ele escuta.
Ela deixa-se estar na escuta dos passos sobre o mar.
Ela não olha as duas mulheres que se tocam. Ele inventa.
As mulheres olham-na, esperam. Elas vêem os jogos que ela se faz inventar para não parar nunca.
Ela foge e depois pára. Ela deixa-se ver.
O cheiro da chuva mistura-se com o cheiro do mar. Ela recomeça."
[Olga Roriz - Março 1990]