O canto da madrugada desce a montanha queimada, ecoando no xisto de uma aldeia portuguesa. Ruby desperta e ergue-se na meia luz. No exterior, o seu cão Frankie fugiu. Filha de dois mundos, aquele que os pais ingleses deixaram para trás e a terra portuguesa que a viu crescer mas que ainda lhe chama estrangeira, Ruby move-se entre as fronteiras de ambos, sem pertencer a nenhum. A sua melhor amiga, Millie, irá regressar a Inglaterra, e o fim da infância de ambas encontra-se com o fim de um dia quente de Verão.
[Fonte: ICA]
Ruby tem catorze anos. Nasceu no Reino Unido, mas cresceu e vive numa região rural do interior de Portugal, para onde os seus pais se mudaram. Millie é a sua melhor amiga e voltará para o Reino Unido em Setembro. Este poderá ser o último verão que passam juntas. Numa fase importante do crescimento, a plena adolescência, em que as personalidades se moldam em função das vivências e das experiências, Ruby parece temer o pior. “Ruby” é uma história sobre a procura (Ruby procura Will, depois Millie e, finalmente, o seu cão Frankie), mas também sobre encontros e descobertas para as quais ela parece não estar preparada ou disposta a aceitar. “Onde é que tu vais?”, a primeira frase proferida no filme, e os versos iniciais de New Rose, dos The Damned, marcam o tom de “Ruby”, uma ficção que sugere um dispositivo conceptual a aproximar-se do documental (por exemplo, os nomes das personagens correspondem aos nomes das atrizes principais).
[Fonte: Curtas Vila do Conde]