José Maria, a quem sempre confundem com alguém, acaba por convencer-se de que é "parecido com toda a gente", passando a gozar o prazer de se instalar na vida dos outros. Um dia faz-se passar por um célebre bailarino, perante Rosita, uma aventureira que decide regenerar, pois é igualzinha a Manuela (uma rapariga que o ama), a ponto de José Maria se convencer de que ela tem duas vidas: uma de ingénua, na pensão da sua mãe; outra sem escrúpulos, ao sair do luar... Mas o equívoco desfaz-se e José Maria paga a mentira, voltando a ser um pobre diabo.
[Fonte: José de Matos-Cruz, O Cais do Olhar, 1999, p.54]