Trás-os-Montes (1976)
Produção Rodagem: Set/Out 1974
N/C
108 min
Realização: · António Reis · Margarida Cordeiro
[Reis and Cordeiro’s undisputable masterpiece exploded the meaning and possibilities of ethnographic cinema with its lyrical exploration of the still resonant myths and legends embodied in the people and landscapes of Portugal’s remote Trás-os-Montes region. Evoking a kind of geologically Bergsonian time, with past and present layered upon one another, Trás-os-Montes interweaves evocative recreations of the ancient worlds and encounters with atavistic peasantry, following the pilgrim’s path traced by Reis and Cordeiro as they led their skeletal crew from village to village in search of the poetic essence of the Portuguese language and imagination. Painstakingly researched and shot over the course of one year, Reis and Cordeiro became intimate with every person included in their ambitious film, carefully selecting the different voices, faces and gestures that would together provide an extraordinary composite, associative and mythological response to the question of how to define a “national cinema.”
[Source: Harvard Film Archive]
Mais informações: Website externo
Assistente de Imagem: · Carlos Mena
Assistente de Som: · Filipe Manuel · José Carvalho
Criação Gráfica: · Herlander Egídio Sousa
Direcção de Fotografia: · Acácio de Almeida
Direcção de Produção: · Pedro Paulo
Direcção de Som: · Margarida Cordeiro · António Reis
Genérico: · TopeFilme
Iluminação: · João Silva (V)
Mistura de Som: · J. Maria Sam Mateo
Montagem: · Margarida Cordeiro · António Reis
Operador de Som: · João Diogo
Produção: · RTP · Tobis Portuguesa · CPC
Realização: · António Reis · Margarida Cordeiro
Sonoplastia/Mistura: · João Carlos Gorjão
(...)
É xisto de casas que apanho do chão.
É uma tábua que prego e uma candeia que acendo.
É uma talha que lavo, uma azeitona que corto.
Um vento que estendo.
É um baldio que escavo.
Uma gadanha que afio.
Uma encosta que subo e um tempero que lembro.
É uma trança que solto.
Um escano que fecho, que não vendo, e uma roca que fio...
[Excertos do poema de António Reis, Trás-os-Montes – Junho de 1969]
Evocação duma província. o Nordeste Português, cujas raízes históricas, seculares, se confundem com as do país irmão, que o Douro liga. As crianças e as mães, as mulheres e os velhos, a casa e a terra. Vida diária, o imaginário, artes em desaparecimento, a agricultura de subsistência. A erosão. O tempo e a distância. A presença ausente dos que partiram para todos os horizontes.
[Fonte: José de Matos-Cruz, O Cais do Olhar, 1999, p.171]