Andreia, Pedro e Ricardo não aceitam as coisas como elas são, não se encaixam em lado nenhum. Nunca se rendem, estão sempre à procura de alguma coisa. Têm dentro deles uma força invisível que se espalha por todo o lado. Alguma coisa dentro deles está sempre prestes a explodir. É como uma energia selvagem, um desejo de mudar as coisas, de viver de uma forma diferente. Não sabem muito bem o que querem, mas há sempre alguma coisa que os incomoda. São sobreviventes. São os mutantes portugueses, mas também existem mutantes em todos os lugares. Ao longo de todo o filme, eles sonham, choram, riem, têm filhos, morrem, fogem.
[Sinopse Oficial]

Lisboa, 1996. Andreia, Pedro e Ricardo, três jovens marginalizados da sociedade portuguesa. A miséria em que sobrevivem, embora transbordem de energia. Mutantes de uma realidade que os oculta - por recusarem as coisas como elas são.
Existem numa vertigem - que significa a deslocação, o movimento.
Não aceitam o lugar que lhes impõem, a sorte que lhes reservam.
O mundo dos esquecidos ("feriram as famílias, foram feridos por elas"), os seus laços de solidariedade, os seus códigos, as suas poucas esperanças. Bairros em que habitam. Instituições de acolhimento.
[Fonte: José de Matos-Cruz, O Cais do Olhar, 1999, p.308]