Este documentário, tendo como personagem central a árvore da cortiça, destina-se principalmente a despertar o interesse universal na preservação da natureza, apontando para o papel importante que uma árvore pode desempenhar na identidade de um povo.
Uma grande variedade de temas é tratada, incluindo a biologia da árvore e filogénese; os ecossistemas, a que está associada; os animais que a apoiam; a sua evolução e contribuição ecológica para o seu habitat; o simbolismo que tem inspirado astistas, poetas e escritores; os fatores económicos e culturais que regularam a sua expansão e que atualmente estão colocando a espécie em perigo...
Acompanhando o sobreiro durante as quatro estações do ano, este documentário retrata uma versão da história de Portugal e da cultura do seu povo.

"Origem e evolução do sobreiro na bacia do Mediterrâneo. Relação religiosa do homem com a natureza. Riqueza ecológica dos montados. A Primavera - floração, cadeias alimentares. Resistência do sobreiro ao fogo: a cortiça. Robert Hooke e a primeira observação de uma célula ao microscópio. Propriedades da cortiça. Don Pérignon, vulgarização da rolha de cortiça, despoletar da indústria corticeira moderna, a floresta industrial. Exploração da madeira, construção naval. Uso múltiplo do montado: agricultura, os porcos de montanheira. A Campanha do Trigo, a desertificação, o Verão. Primeiras chuvas, riqueza do montado no Outono, a bolota, os pombos torquazes, a caça e as coutadas, protecção aos montados. Uma montaria ao javali. Uma gralha que enterra uma bolota que germina, novo ciclo que se vai iniciar..."
[Fonte: José de Matos-Cruz, O Cais do Olhar, 1999, p.254]