Avieiros (1976)
Produção 1974-1976
N/C
90 min
Realização: · Ricardo Costa
Argumento: · Ricardo Costa
[Ti Zaragata, a poor fisherman, his wife and friends live and fish on the river Tagus. On sea and earth nothing seems to change in a time of revolution.]
Mais informações: Website externo
Argumento: · Ricardo Costa
Co-Produção: · RTP
Imagem: · Ricardo Costa
Montagem: · Maria Beatriz
Produção: · RC Filmes
Produtor: · Ricardo Costa
Realização: · Ricardo Costa
Som: · Jorge Melo Cardoso · Ricardo Costa
Sonoplastia: · Jorge Melo Cardoso
A sua casa, como a dos outros avieiros, é feita de tábuas, tosca, pequena, mas tem o rio como paisagem: amplo, vivo, generoso. É ele todo o seu sustento e todo o seu futuro. O seu passado é a longínqua Praia da Vieira (Vieira de Leiria), de onde todos eles vieram, visto lá ser mais dura a vida. O seu modo é a bateira, essa fina barca de popa e ré erguidas para romper as ondas do mar, mas que ali, na mansidão do Tejo, só servem para botar figura.
É aquilo de que mais gosta, o Zaragata. A alcunha bem o ilustra. Bêbado dá que falar e sóbrio pesca. Vive com a poesia sem ser poeta, gosta de tocar gaita. Para ser poeta basta viver como os outros vivem. Basta correr o rio de cima a baixo, bater uma soneca debaixo de um choupo. Basta conviver, soltar a língua. Basta seguir o curso da Revolução de Abril e ter esperança. Basta também saber ficar calado a ver o que se passa. E ali está em cena nesse mesmo dia, num teatro ambulante, uma peça em que o bom povo contracena com o Movimento das Forças Armadas, o MFA.
Era valente o espectáculo. E bom para continuar. Mas a vida é a vida. E por ali fica o Zaragata, a mulher e os outros … a ver no que vai dar a peça.
[Fonte: Ricardo Costa]