Torre Bela - Uma Cooperativa Popular (1977)
A Terra - Torre Bela
Produção Rodagem: 1975/1977
N/C
240 min
Realização: · Thomas Harlan
Assistente de Imagem: · Gernot Koehler · José Reynès
Assistente de Montagem: · Tiziana Taggiani · Giorgio de Vicenzo · Antonella Bussoletti
Assistente de Realização: · Luc Mohler
Colaboração: · Maria João Feliciano · Mario Marzot · João de Azevedo
Direcção de Produção: · José Pedro Andrade dos Santos · Peter Willats · Anna Devoto
Direcção de Som: · Norbert Chayer
Fotografia: · Russell Parker
Legendas: · Aura do Amaral
Montagem: · Giorgio de Vicenzo [Colaboração] · Noémia Delgado [versão portuguesa] · Russell Parker [Colaboração] · Roberto Perpignani · Claudio Cutry [Colaboração]
Montagem Sonora: · Michael Billingsley · Sandro Peticca
Pesquisa: · François Demptos · João de Azevedo · Maria João Feliciano
Produção: · Societá Cinematográfica Italiana-SCI [Itália] · Cooperativa Era Nova [Portugal] · Albatros [RFA]
Produção Executiva: · Luisa Orioli · Alexandre Duly
Produtor Delegado: · João Menezes Ferreira
Realização: · Thomas Harlan
Sonoplastia/Mistura: · Federico Savina · Fausto Ancilai [Roma]
As terras encontravam-se incultas ou em regime de silvicultura (desde 1961), por ser economicamente mais rendível, embora em detrimento dos interessas da população local - que abrange as povoações de Manique, Macussa, e Lapa.
Em resultado de um contacto directo - ao longo de cem dias - com este exemplo característico de luta operária (seus avanços, contradições, incerteza e resistência), ilustram-se ainda os passos que levaram à constituiçõ duma cooperativa, assinalando o apoio decisivo prestado pela Polícia Militar, no âmbito das conquistas salvaguardadas pelo Movimento das Forças Armadas /MFA.
[Fonte: José de Matos-Cruz, O Cais do Olhar, 1999, p.178]
“Como se estivéssemos lá” – mas, precisamente, não mais nos encontramos lá; ninguém está lá – conseguimos ver de que massa os discursos de ontem diziam ser feitos, as imagens sobre as quais o som foi “posto muito alto”: a tomada da palavra (caótica: o filme servirá um dia para um estudo sobre o discurso dos camponeses e da língua portuguesa), a expressão popular (e as suas repetições), o povo em armas (os estranhos soldados do MFA), a memória popular (com a amargura dos seus relatos), a fabricação de um líder de massas (Wilson) e a desconfiança dos heróis (Wilson, uma vez mais), as contradições dos populares (homens/mulheres...), o discurso cínico e tonto do inimigo de classe (a surpreendente entrevista do duque de Lafões), etc."
[Serge Daney]