Baleias e Baleeiros - Para que a Memória Permaneça na Gente (2012)
Whales and Whalers
N/C
138 min
Realização: · Luis Bicudo
[This is the documentary film about the whale hunters of the Azores Isles. A work that looks for the present viewpoint of an extinct industry, which gave rise to a culture that still exists, both at sea and on land. I want an unique look to be created, from the present, with images of today mainly related to the tourism industry of whale watching and of regattas of azorean whaling boats, a cultural movement unique in the world. For later to reflect on the time and history of azorean past through the memory of men who hunted the whale in the Azores until 1984, with essentially the same techniques described in “Moby Dick” (1851), in wide open boats and with hand thrown harpoons, some of these whalers being still alive. There won’t be people like these anymore.]
Mais informações: Website externo
Fotografia: · Luis Bicudo · Levi Martins · Rita Cartageno
Montagem: · Luis Bicudo · João Rodrigues (IX)
Produtor: · Mário Gajo de Carvalho
Realização: · Luis Bicudo
Registo de Som: · Luis Bicudo · Levi Martins
Pretende-se que nasça um olhar único, ao partir da actualidade, compreender os homens que arriaram à baleia nos Açores até 1986, com as mesma técnicas descritas em “Moby-Dick” (publicado em 1851), alguns desses baleeiros ainda estão vivos, não voltarão a existir pessoas como eles.
Por mais de século e meio, baleeiros açoreanos caçaram baleias nestes mares, por meio de aventuras que parecem impossíveis e inacreditáveis aos homens de hoje. Em 1986 foi proibida internacionalmente a caça à baleia, mas a tradição e cultura desses tempos persiste através das regatas de botes baleeiros, folclore e outras manifestações culturais. Os baleeiros, protagonistas e criadores desta cultura, estão a desaparecer, e não vão voltar a existir homens como eles. Os mais antigos lutavam constantemente com a natureza, tanto na terra como no mar, pela sobrevivência nestas ilhas. Os baleeiros são o exemplo maior dessa luta, sabiam que a morte podia estar perto a cada saída, e talvez por isso mostrem ainda tanta vida, estes homens que hoje rondam em média os oitenta anos de idade.
Considero este projecto de grande relevância para a preservação da identidade cultural açoreana, para que não se perca a memória dos antigos baleeiros, e que através dela os mais novos, que cresceram num ambiente económico e socialmente muito diferente, conheçam e compreendam que a caça à baleia nos Açores era mais do que uma mera actividade económica, era algo próximo do ritual. Hoje sinto uma dificuldade na maior parte dos mais novos em ouvir e estar com os mais idosos e os seus antepassados, e é exactamente com eles que mais podemos aprender sobre os Açores e sobre nós próprios.
[Fonte: Luís Bicudo]