Kampung Portugis, o Bairro Português (2010)
30 min
Realização: · Pedro Palma
Mais informações: Website externo
Outras informações:
Série televisiva em 5 episódios com 30 minutos cada.
Da série fazem parte:
# 1 - Reencontro -
Em 1932 a Missão Católica Portuguesa convenceu o governo Britânico a ceder terrenos para alojar os luso-descendentes que estavam dispersos pela cidade.
A comunidade atual reside no Bairro Português de Malaca. “Os Portugueses de Malaca” tentam perpetuar as tradições, assim como uma língua crioula, que alguns denominam por Papiá Kristang, e onde abundam palavras do “português antigo”. É pelas palavras de Noel Félix, líder cultural do Bairro, Daniel, pintor e filho de uma portuguesa de Goa e Peter Fernandez, que toca harmónica na igreja de São Paulo, que vamos descobrir Malaca e o Bairro Português – Kampung Portugis.
# 2 – A Festa de Santa Cruz -
Os Portugueses chegaram a Malaca em 1509. Em 1511 Afonso de Albuquerque conquistou Malaca e mandou erigir uma fortaleza: A Famosa. Malaca foi um ponto estratégico nas rotas entre o o Índico e o Extremo Oriente.
A comunidade do Bairro Português de Malaca continua a preservar as tradições deixadas pelos seus antepassados. As celebrações religiosas ligadas à prática do catolicismo fazem parte do dia-a-dia dos habitantes do bairro. A Festa de Santa Cruz é celebrada todos os anos por altura do mês de Setembro. A festa, que teve origem na história de um milagre, atrai os católicos de várias regiões da Ásia. A romaria que acorre ao local reúne-se numa pequena capela situada no alto de uma colina. Capela essa, mandada construir pelos descendentes dos portugueses há cerca de 200 anos.
# 3 – Dia di Sibrisu -
Os descendentes dos colonos portugueses do século XVI continuam a residir em Malaca, no Bairro Português. Durante anos a pesca foi a sua atividade principal. No presente é no turismo e no pequeno comércio que os portugueses de Malaca encontram o sustento. Bernard Rudin, descendente de portugueses, trabalha como guia turístico num barco. Todos os dias sobe e desce, vezes sem conta o rio de Malaca, outrora, local da chegada e partida dos grandes barcos que navegam entre o Índico e o Extremo Oriente.
# 4 – Festa de San Juang e San Pedro -
No Bairro Português de Malaca continuam a preservar-se as tradições religiosas deixadas pelos antepassados. As Festas de São João e São Pedro são os acontecimentos mais importantes realizados pela comunidade do Bairro Português. Num bairro de pescadores, São Pedro é o santo padroeiro. Durante as festividades o bairro é visitado não só por católicos como por muitos visitantes de outras paragens e de outras crenças religiosas. O convívio e a comunhão celebram não só a fé como a harmonia entre os povos.
# 5 - O Futuro -
Nos séculos XV e XVI os portugueses partiram à descoberta de novos mundos.
Em Malaca o legado português perdura há 500 anos. No Bairro Português a geração mais velha incentiva os mais jovens a não deixar desaparecer as tradições deixadas pelos antepassados. Por quanto mais tempo esta herança sobreviverá no futuro da sociedade de Malaca?
Malaca foi a porta da Europa para o Oriente. Pelo estreito de Malaca cruzavam-se todas as rotas entre a Índia e o Sudeste Asiático.
Este centro mercantil foi um importante entreposto comercial ente os séculos XVI e XVII. Malaca ocupou um lugar de relevo na história ultramarina portuguesa a par de Goa e Ormuz. Desde a sua conquista em 1511 por Afonso Albuquerque até à sua queda perante os Holandeses em 1641, Malaca foi uma cidade cobiçada.
É nesta pequena cidade, situada no sul da Malásia, que a herança deixada pelos portugueses do século XVI ainda subsiste. No Bairro Português de Malaca os “Portugueses de Malaca” falam o Papiá Kristang, o dialecto nativo onde abundam palavras do “português antigo”.
A comunidade teima em resistir ao esquecimento, debatendo-se pela conservação dos costumes, das tradições e das festas religiosas como San Juang e San Pedro. Porém, a preservação destas memórias está em vias de desaparecer. O pouco “do falar português” tem os dias contados. A geração mais nova limita-se a aceitar os apelidos de origem portuguesa mas não fala o português nem o Papiá Kristang. É com pesar que os mais velhos testemunham o diluir das histórias que os seus antepassados deixaram, assim como, o diluir de um idioma incapaz de resistir à supremacia da língua inglesa.