Se Eu Fosse Ladrão... Roubava (2013)
Produção 2011
M/14
100 min
Realização: · Paulo Rocha
Argumento: · Paulo Rocha · Regina Guimarães · João Carlos Viana
[This is a film of memories. As background, we have the "returning trip" Brazilians, and with that background we follow Vitalino. We are in the twenties. A small farmer of S. Vincent (Vitalino) sees his father die of the plague which decimated the country. Some years later, of all the brothers Vitalino is the most valiant and takes the place of his father in the house. But the village where he lives is too small for their aspirations, so he decides to head to Brazil, leaving the sisters in charge of the work of the house. In parallel with the story of Vitalino, we enter the world of Paul Rocha, running among his movies and ghosts over the years.]
Mais informações: Website externo
Apoio Financeiro: · ICA
Argumento: · João Carlos Viana · Regina Guimarães · Paulo Rocha
Cinematografia: · Sarah Blum
Colorista: · Marco Amaral
Diálogos: · Paulo Rocha · Regina Guimarães · João Carlos Viana
Fotografia: · Acácio de Almeida
Guião: · Regina Guimarães · Paulo Rocha · João Carlos Viana
Montagem: · Edgar Feldman
Produção: · Gafanha Filmes
Produtor: · Paulo Rocha
Realização: · Paulo Rocha
Som: · Olivier Blanc
"Pensado, escrito, produzido, filmado e montado quando já a doença avançava, cruel, Se Eu Fosse Ladrão... Roubava (que esteve para se chamar Olhos Vermelhos) tem como seu epicentro a partida, a despedida, a saída da terra natal, a ânsia de recomeçar a vida noutras paragens, a determinação. (...)"
[Fonte: Jorge Silva Melo - ver o texto completo no website externo]
Se eu Fosse Ladrão... Roubava
Partindo da memória familiar e da matéria dos seus filmes, Paulo Rocha revisita as suas origens e as referências maiores da sua vida e obra, numa construção fluida e complexa, que é conscientemente testamental embora só indirectamente autobiográfica (ele filma-se através do pai e dos personagens da sua obra). O motor inicial do filme é a evocação da infância e juventude do pai do autor, em particular o sonho obsessivo deste, na altura partilhado por muitos, de emigrar para o Brasil, para onde partiu efectivamente em 1909 (embora a cronologia verdadeira, tal como os factos e os nomes, sejam alterados, ou por vezes deslocados, em função das rimas com os outros filmes). Mas este tema familiar cruza-se desde o início com o grande mundo da obra de Rocha, num puzzle de raccords temáticos que se dirige para dentro e para trás (a busca do centro, ou da origem…) tanto quanto para fora (a constante ampliação de sentido, a identidade de um país). Paulo Rocha fala portanto da sua própria necessidade de partir, e da interrogação de Portugal através da distância – o tempo formativo em Paris, depois a longa estada no Japão -, assim como fala da morte, mas também da doença e de um medo tornados endémicos, corrosivos de um país. Em paralelo, vão surgindo, nos excertos dos seus filmes, grandes referências da sua obra: homens como o escritor radicado no Japão Wenceslau de Moraes (1854-1929), o poeta Camilo Pessanha (1867-1926) ou o pintor Amadeo de Souza Cardoso (1887-1918) – todos representantes de um fulgor criativo dos inícios do século tanto quanto justamente, de uma relação problemática com o país de origem. Por outro lado Se eu fosse ladrão… é ainda um repositório de um outro diálogo estruturante da obra de Paulo Rocha – neste caso, particularmente associado a Amadeo – em que a inspiração na cultura universal se funde com um trabalho genuíno, dir-se-ia antropológico, sobre a cultura popular portuguesa, em especial centrada na região norte do país (os pescadores do Furadouro, o vale do Douro…).
[Fonte: Cinemateca Portuguesa]