"Sabes o que é que eu vejo da janela da minha casa?
Sacos de carvão, muitos sacos de carvão, muitos, muitos mesmo... " (Sérgio, bailarino de Maputo)

Lisboa, 7° Encontro Internacional Dançar o que é nosso – um mês de laboratórios e seminários sobre interculturalismo e artes performativas, com o antropólogo André Lepecki e diversos coreógrafos convidados.
Cinquenta e quatro artistas trazem a sua cultura, corpo e movimento da Indonésia, do Burkina Faso, de Portugal, de Moçambique, da África do Sul, da Inglaterra, do Brasil ou da Bélgica... Através de práticas performativas, questiona-se o impasse da incomunicabilidade e da cristalização das culturas. Os participantes procuram incorporar diferentes experiências de movimento. Eu acompanho-os e questiono-me, filmo e procuro igualmente imagens que lhes pertençam.
Nota de Intenções:
"Documentarista e artista visual, trabalhei principalmente sobre o nomadismo, as migrações e o espaço urbano, e, por outro lado, sobre a relação entre a imagem em movimento e a dança contemporânea.
Com este filme o meu olhar dirige-se simultaneamente a práticas interculturais e às artes performativas, procurando comunicar uma experiência no âmbito das artes contemporâneas e sobretudo questionar : é faculdade das artes enformar a sociedade através das suas práticas? Podem estas práticas sugerir outras leituras e uma nova compreensão da realidade?"
(Luciana Fina)