Lusitânia Expresso (2012)
72 min
Realização: · Francisco Manso
Mais informações: Website externo
Assistente de Realização: · Miguel Cardoso Faria
Colaboração: · Rui Marques
Edição: · Luís Sobral
Guião: · Francisco Manso
Imagem: · David André · Edgar Pacheco
Locução: · Rui Portulez
Produção: · RTP
Produtor: · Francisco Manso
Realização: · Francisco Manso
Texto: · Francisco Manso
A missão, uma iniciativa da equipa da revista “Fórum Estudante”, liderada por Rui Marques, foi levada a cabo no ferryboat “Lusitânia Expresso”, que transportava habitualmente veículos. Um navio com muitas limitações, sem quilha, iria fazer uma enorme viagem até à Austrália. Partindo de Lisboa com 15 tripulantes a bordo, chega a Darwin a 8/3/1992, de onde parte no dia seguinte, em direção a Díli, com cerca de 120 passageiros a bordo, a maioria estudantes, de vinte e três países.
O objetivo declarado desta viagem era depor uma coroa de flores no cemitério de Santa Cruz, em memória do massacre aí ocorrido no ano anterior.
Mas o objetivo principal era, obviamente, denunciar ao mundo a violência que estava a ser cometida pelo Indonésia em Timor Leste.
Para além dos jovens estudantes, seguiam a bordo jornalistas, homens de rádio e de televisão (a RTP estava a bordo), políticos e outras figuras públicas. Entre eles um ex-presidente da república portuguesa, o General Ramalho Eanes.
As bandeiras de muitos países e a das Nações Unidas içadas no navio, ilustravam o espírito internacional desta missão de paz.
Uma missão de paz num cenário de guerra, pois que o “Lusitânia Expresso” era sobrevoado por aviões e helicópteros e cercado por navios de guerra indonésios.
Já próximo do limite do mar territorial de Timor Leste, o comando da flotilha indonésia ameaçou afundar o “Lusitânia Expresso”, caso este persistisse na vontade de entrar em águas territoriais de Timor. Estavam pois impedidos de chegar a Díli.
Á vista das montanhas de Timor Leste, e por impossibilidade de continuar, numa breve e sentida cerimónia, em vários idiomas, foram lançadas á água as flores que se destinavam a serem colocadas no cemitério de Santa Cruz.
A viagem atribulada do “Lusitânia Expresso” ficou como um marco na história da luta pela libertação e pela independência de Timor Leste, que se concretizou dez anos depois, em 2002 .
Os timorenses não esquecem a viagem do “Lusitânia Expresso”.
[Fonte: RTP]