As Conversas de Leça em Casa de Álvaro Lapa (2006)
Produção 1998 - 2006
160 min
Realização: · Jorge Silva Melo
Mais informações: Website externo
Apoio: · Fundação Calouste Gulbenkian · Galeria Fernando Santos · Fundação de Serralves · Neupergama · Fundação EDP · Editorial Caminho
Direcção de Fotografia: · Rui Poças
Montagem: · Vítor Alves
Produção: · Artistas Unidos · Rogério Ceitil Audiovisuais
Produtor: · Manuel João Águas
Realização: · Jorge Silva Melo
Som: · Emídio Buchinho
Álvaro Lapa: Nós conhecemo-nos, o Bravo e eu, numa certa idade. Ele mais velho, dois, quatro anos, seria. Ele nasceu em 35, eu em 39, quatro anos. O que, na altura, fazia uma diferença grande. Conhecemo-nos apesar disso, dessa diferença. Houve uma atracção, uma descoberta. Eu usaria o termo descoberta, qualquer coisa que estava à vista mas não se via, e de repente se passa a ver. Houve essa atracção que era uma amizade com todas as características próprias, um conhecimento defeituoso, tumultuoso, de parte a parte. Uma relação pouco crítica, pouco sensata. E talvez a pintura, a escolha da pintura também entre nessa onda de insensatez, de desafio.
Tem a ver com a adolescência, não sei se é ânsia se é veleidade de realização pessoal, aquela idade em que se pretende decidir o que é que se vai fazer, o que é que se vai fazer de heróico.
Em Janeiro de 2006, filmei durante duas tardes com Álvaro Lapa. Uma entrevista. Em Leça, no seu atelier. Foi aquando da inauguração, na Galeria Fernando Santos, no Porto, da exposição Reunião, que já tinha sido apresentada em Lisboa. Foi nos dias 13 e 14 de Janeiro de 2006. Cerca de três horas em cada uma das tardes.
Álvaro Lapa: Disponível, disponível é a juventude. Mesmo que seja incapaz, incompetente, estouvada, destrutiva. Mas é disponível.