Nome completo: Henrique Xavier de Oliveira Campos
Nasceu: 1909-02-09 · Morreu: 1983-12-18
Local de nascimento: Santarém
Local de óbito: Lisboa
Nacionalidade: Português
Dados adicionais:
Formação: estudos liceais.
O interesse que manifestou pelo teatro, logo nos tempos de liceu, levou-o ao lugar de dirigente da Secção de Teatro da Associação Católica Nun-Álvares e aí se estreou como amador dramático aos 18 anos.
Em 1931 vai para Lisboa e consegue ingressar na Companhia de Alves da Cunha, no Politeama, estreando-se como actor profissional de teatro. Fez a sua estreia na peça Um Bragança de Vasco Mendonça Alves. Trabalha ainda como actor de teatro na Companhia de Abílio Alves, no Teatro Avenida, e estreia-se no cinema, como actor, no filme de Arthur Duarte «Os fidalgos da casa mourisca».
Durante a década de 40 parte para Espanha para adquirir conhecimentos técnicos de cinema com Benito Perojo e Florian Rey, com quem estagiou e trabalhou como assistente de realização.
Sob o pseudónimo de William Bendix, escreveu vários romances, que chegou a transpor para o grande ecrã.
De regresso a Portugal tenta realizar, em 1943, um primeiro filme de fundo, «Um homem do Ribatejo», com argumento de Cardoso dos Santos, um coronel e crítico de teatro. Depois de vários contratempos, e passados três anos, o filme lá consegue estrear.
Nos anos 70 radicou-se nos Estados Unidos onde tentou, sem sucesso, dar continuidade ao seu trabalho no cinema. Deixou inacabados os projectos fílmicos O Emigrante e It Happened in Hollywood (1979).
“Há uma geração no cinema português (a que dominou a década de 50) que se pode considerar quase uma geração nula. Não tendo o arrojo dos homens dos anos 30 e 40 nem o fôlego dos da década de 60, esses cineastas apanharam o cinema português em decadência acelerada e não tiveram qualquer hipótese de engrenar no Cinema Novo, constituindo-se mesmo como contraponto comercialão aos jovens cineastas que, então, começavam a arrancar a nossa cinematografia do lodaçal. Henrique Campos é talvez o protótipo dessa geração. Tocou em tudo, do folclorismo ribatejano de que o SNI tanto gostava aos restos da «comédia portuguesa» dos anos 40, do dramalhão à brejeirice, sem esquecer o nacional-cançonetismo.
O seu filme menos mau terá sido Estrada da Vida; a sua obra (dezasseis longas-metragens – número invulgarmente alto em Portugal) feita «para servir o gosto do público» (como ele próprio afirmou) é bem a expressão da mais degradada vertente do cinema português.”
[Fonte: Jorge Leitão Ramos, 1989:73]
“Actor e realizador. Entre o pretenso folclore da campina, em que os figurantes populares assumem o papel meramente decorativo tão do agrado do Estado Novo, e a comédia brejeira, a que não falta o recheio do nacional-cançonetismo, passando pelo melodrama de inspiração religiosa, a obra de H. de Campos representa o pior do cinema comercial português.”
[Fonte: Salvato Teles de Menezes]