Nome completo: Anibal Gomes Contreiras
Nasceu: 1896-08-26
Local de nascimento: Restelo, Santa Maria de Belém - Lisboa
Local de óbito: ? - 1993
Nacionalidade: Português
Dados adicionais:
Formação: Instrução primária e secundária no Instituto Académico de Santa Maria de Belém e Escola Rodrigues Sampaio.
Começou por trabalhar como técnico de seguros na Companhia de seguros Probidade, em 1916 transita para a Glória Portuguesa, onde chefia a secção de seguros marítimos. Chega a ocupar o cargo de Secretário da Direcção da Ideal Seguradora.
Em 1917 começa a publicar os primeiros textos de cinema em A Comédia de Lisboa. Continua a escrever para o ABC de Rocha Martins, seu amigo, e para o Cinéfilo, de Avelino Almeida.
Trabalha na secção de revisão de contabilidade da Companhia Cinematográfica de Portugal, a primeira distribuidora de filmes estabelecida em Portugal e aí conhece José Castello Lopes que, ao fundar a distribuidora “J. Castello Lopes”, o convidará para a Empresa Teatral de Variedades (no Condes) onde trabalha como ajudante de projeccionista, bilheteiro e secretário da gerência.
Em 1917 faz o papel de polícia na farsa cinematográfica Pratas Conquistador realizada por Emídio Ribeiro Pratas.
Em Fevereiro de 1927 funda, com José César de Sá, a Lisboa Filme.
Esteve ligado à exibição, foi gerente do cinema Lis (Roxy), construiu e geriu o cinema de Nelas, explorou salas de cinema em Cascais, Gouveia, Lousã e Lugares da Beira.
Como primeiro gerente do cinema Royal, em cujos trabalhos de acabamento e decoração participou, foi responsável pela estreia do sonoro em Portugal, com o filme Sombras Brancas nos Mares do Sul, em Abril de 1930.
Como representante dos produtores, enquanto sócio do laboratório Lisboa Filme, é designado pelo Governo (Diário do Governo de 12 de Agosto de 1930) para a Comissão de especialistas para o estudo do estabelecimento de produção regular de filmes em Portugal, que culmina na criação da Tobis Portuguesa, em 1932, e de que Aníbal Contreiras será accionista.
Em 1932 ajuda a criar o Sindicato Nacional dos Profissionais de Cinema de que vem a ser o primeiro presidente.
Seguindo o exemplo do que já se fazia noutros países, introduz no cinema português, em colaboração com Eduardo Brazão, o jornal de actualidades O Século Cinematográfico, cuja estreia ocorre em 10 de Fevereiro de 1932, em Lisboa, no Tivoli.
Em 1936 é enviado pelo Diário de Notícias para fazer a cobertura do assalto de Franco à capital da Espanha em guerra civil. Em 1942 escreve Contas do meu rosário.
Em 1943 organiza a primeira Exposição Internacional de Arte e Indústria Cinematográfica, no Casino Estoril e aí, com a ajuda de Mota da Costa, lança a ideia da edição de uma História do Cinema Português e da criação de um Museu do Cinema Português.
Em 1946, explorando as potencialidades abertas com o final da guerra, cria as Produções Aníbal Contreiras, com um ambicioso programa de produção e distribuição luso-espanhola. O projecto durará 10 anos. Com um bom sentido de oportunidade, explora os acontecimentos conhecidos pelo ano santo (1951) e desenvolve vários projectos na área dos chamados filmes religiosos. Para tentar contrariar a crise que se acentua no cinema português, explora as belezas naturais do país numa coprodução luso-franco-espanhola – Lavadeiras de Portugal, que dá prejuízo.
Em 1955 escreve o romance A ultima corrida de Salvaterra, que chega a conhecer a formato de guião, mas não chega a rodar o filme.
Em 1957 torna-se mais um dos muitos homens do cinema português que emigram para o Brasil. Tenta aplicar no Brasil um modelo de co-produção luso-brasileiro, idêntico ao que implementara com Espanha, mas sem resultados práticos ou qualquer sucesso.
Regressou mais pobre a Portugal, abandonando a actividade cinematográfica mas continuando, já com 90 anos de idade e ao serviço da Misericórdia de Lisboa, a organizar sessões culturais e recreativas para a terceira idade.