Nome completo: Francisco Carlos Lopes Ribeiro
Nasceu: 1911-09-21 · Morreu: 1984-02-07
Local de nascimento: Lisboa
Local de óbito: Lisboa
Nacionalidade: Português
Dados adicionais:
Aos seis anos de idade já representa no teatro de revista «Tiros sem Bala». Aos dezoito ingressa na Companhia de Teatro de Chaby Pinheiro. Seguem-se as passagens pelas Companhias Alves da Cunha/Berta Bívar, Satanela/Amarante e Maria Matos/Mendonça de Carvalho.
Repartiu-se entre o teatro comercial, onde se popularizou com o nome Ribeirinho a partir da enorme popularidade que alcançou nos anos 30, e um teatro de maior exigência artística, para cuja renovação deu um importante contributo ao fundar a Companhia Os Comediantes de Lisboa, em parceria com o seu irmão António Lopes Ribeiro.
Em 1935 trabalha pela primeira vez como encenador e alcança o maior prestígio em 1936, nesta área, quando António Ferro lhe confia a direcção do Teatro do Povo.
Entre 1947 e 1949 faz uma longa digressão pelo Brasil integrado na Companhia António de Macedo/Piero Bernardon. Nos anos 50 dirige o Teatro da Mocidade Portuguesa e o Teatro Universitário, ao mesmo tempo que trabalha na Companhia Amélia Rey Colaço/Robles Monteiro. No final dos anos 50 e até final da década de 60, na senda da sua experiência à frente do projecto de teatro itinerante do Teatro do Povo, passa a dirigir o Teatro Nacional Popular. Aí vai encontrar o momento mais alto da sua carreira no teatro, em 1960, com a encenação e interpretação da peça «À espera de Godot».
Nos anos 70 dirige a Companhia Rafael de Oliveira e trabalha mais activamente na revista e na comédia. Em 1977 faz parte da Comissão Instaladora do Teatro Nacional e, para culminar a sua destacada carreira no teatro português, em 1978 é nomeado Director do Teatro Nacional.
“No cinema deixou o seu nome ligado à comédia dos anos 40 de modo indelével.” 1)
Tal como seu irmão, o realizador António Lopes Ribeiro, Ribeirinho é merecedor de toda a confiança de António Ferro, como o seu percurso pelo Teatro do Povo bem atesta e as poucas obras que assinou no cinema deixam facilmente entender essa relação de grande simpatia e cumplicidade com o regime.
Sobre Francisco Ribeiro escreve Manuel Machado da Luz o seguinte: “Popularmente conhecido como Ribeirinho, actor versátil, passando facilmente das revistas ao «declamado», é uma personalidade decisiva para a evolução do teatro português quando, à frente dos Comediantes de Lisboa (1944-1950) e do Teatro Nacional Popular (1957-1960), afirma o papel, até então minimizado, do moderno encenador.
Importante no palco, a sua contribuição para o filme é comparativamente modesta: interpreta seis filmes, quatro deles realizados pelo seu irmão António Lopes Ribeiro, compondo, nos seus melhores momentos, uma dupla irresistível com Vasco Santana. Como realizador, apenas rodou uma das longas-metragens que interpretou: O Pátio das Cantigas. Comédia afim de O Pai Tirano, a sua antecessora de um ano, é-lhe algo inferior e destaca-se por uma intromissão propagandístico-política inesperada, por tão óbvia, no género.” 2)
Fontes:
1) - RAMOS, Jorge Leitão, Dicionário do Cinema Português: 1962-1988; Lisboa, Caminho, 1989, pp. 336-7.
2) - LUZ, Manuel Machado da, in SADOUL, Georges, Dicionário dos cineastas, Lisboa, Livros Horizonte, 1979, pp. 253-4.